29 julho, 2008

O Verão

Este Estio, embora estranho e imprevisto - o Tempo já não é o que era, dizem os mais velhos - vai decorrendo calmo. Calor suportável e poucos fogos, até ver.
Menos lucros na Banca, a Bolsa em queda e os endinheirados deste País, aflitos, coitados.
Política caseira sem sal, mas lá fora Obama entusiasma.
A morte, seja em atentados, no Iraque ou na Turquia, ou com outra forma em qualquer parte do Mundo, não nos afecta. Tomamo-la como aperitivo às refeições.
Vamo-nos portuguêsmente lamentando de tudo e todos - também se assim não fosse não havia Fado - fingindo que está tudo bem. É do tempo. Deste e do outro que está para vir...

O melhor é ouvirmos Vivaldi. De "As Quatro Estações",Concerto nº2, em Sol menor, "O Verão"


A ordem do Tempo.

As cerejas - de maduras - já se apanharam, ...



... os Kiwis só lá para o fim do ano.



Este é o tempo das maçãs.

01 julho, 2008

3 - VIENA, CAPITAL DA MÚSICA ... E DO FUTEBOL

ALEMANHA 0 – ESPANHA 1

No domingo, a Final. Com muita emoção e ritmo, cumpriu-se o futebol. A Alemanha vergou-se à classe espanhola e saiu derrotada, mas, humildemente, reconheceu a superioridade dos iberos. Continuo a pensar que esta Alemanha estava perfeitamente ao alcance de Portugal, se este fosse mais humilde e se Scolari tivesse feito os trabalhos de casa em condições. Resta-nos a alegria da vitória de Espanha, pelo sangue ibérico que nos aproxima.
Perante uns alemães mais “quentes” que o habitual, perturbados e pouco esclarecidos, Espanha com classe, calma e alma foi uma intérprete superior da sua arte. A Europa ficou rendida.

A festa terminou, as emoções regressaram à sua ordem. Então, com classe, calma e alma, Astúrias — lindíssimas — de Isaac Albéniz, interpretada pelo magistral John Williams.

26 junho, 2008

2 - VIENA, CAPITAL DA MÚSICA ... E DO FUTEBOL

ESPANHA 3 – RÚSSIA 0

Muitos compositores europeus sentiram-se arrebatados pelo encanto e exuberância de Espanha e do seu povo. Transformaram essas impressões em peças musicais que se tornaram famosas e algumas passaram a fazer parte inquestionável de qualquer repertório musical de temática espanhola. Também os grandes compositores russos não fugiram a esse encanto. Tchaikovsky, por exemplo, compôs esta Dança Espanhola para o seu famoso bailado O Lago dos Cisnes.




Hoje, em Viena, a selecção espanhola exibiu-se em grande estilo perante a sua adversária russa. A arte foi primorosa e os artistas estiveram em plano simplesmente magistral. Tenho a certeza que toda a Rússia voltou mais uma vez a encantar-se com esta “dança espanhola”. Será que domingo ouviremos cantar “que viva Espanha"

"El Mundo" - AFP PHOTO / Vincenzo Pinto

1 - VIENA, CAPITAL DA MÚSICA ... E DO FUTEBOL

ALEMANHA 3 – TURQUIA 2

A Alemanha foi pátria de alguns dos maiores génios da música clássica. São tantos os que constituem o seu Panteão de músicos que é difícil a todos enumerar. Desde os mais alegres e divertidos aos mais sérios e circunspectos, de tudo a Alemanha nos ofereceu. Mas ontem a música apresentada perante a Turquia foi do mais puro eruditismo e fiabilidade. Uma obra imaculada e precisa.

Johann Christoph Pachelbel, alemão de Nuremberg também assinou uma obra magistral. Este Canon.

23 junho, 2008

Oposição zimbabwiana desiste das eleições.

O líder do Movimento para a Mudança Democrática, Morgan Tsvangirai, anunciou ontem que desiste de disputar com Robert Mugabe a segunda volta das presidenciais e encontra-se refugiado na embaixada da Holanda. Os partidários da Zanu-PF (no poder) intimidando e agredindo militantes e apoiantes da oposição, levaram Tsvangirai a afirmar: "Não participaremos mais nesta farsa de processo eleitoral, marcado pela violência e ilegítimo". Ao execrável Mugabe dedico esta música, que talvez lhe amenize os ouvidos cheios de gritos de inocentes liquidados às suas ordens. God Bless Africa, ou melhor God Bless Zimbabwé, pois creio que um dia a paz e fraternidade lá chegarão. God Bless Zimbabwé, retira-te, para sempre, Mugabe.

25 abril, 2008

Foi há 34 anos, lembram-se?


Foi há 34 anos, lembram-se? Uns lembram-se perfeitamente, como se fosse hoje; outros têm uma lembrança vaga por acção da sua, então, juventude; outros, que nasceram livres depois desse ano, possuem uma vaga ideia de um ano - do qual os pais falam – em que algo de importante aconteceu. E aconteceu mesmo...
Julgo que o dia 25 de Abril de 1974 passei-o em cima do meu cavalo “Fardo” em missão de APSIC (acção psicológica) com o meu Pelotão, no leste de Angola. Quando entrei a porta de armas do quartel do Munhango, um ou dois dias depois, o soldado de serviço disse-me que algo se passara na metrópole. O Marcelo Caetano estava preso, tinha havido uma revolução. Assim o dizia a BBC. Poucos dias depois chegou a confirmação oficial – a guerra terminara.
Do que me lembro da altura com mais precisão, é da cara de espanto e indecisão estampada no rosto dos alferes e furriéis milicianos do 2º Esquadrão de Cavalaria do G.CAV 1 estacionado no Munhango. Nós que tínhamos nascido, crescido, estudado em Angola, lá onde estavam as nossas famílias, sentíamo-nos extremamente confusos. Lembro os olhares de dúvida que assaltaram o rosto de todos aqueles jovens milicianos. Recordo-me perfeitamente.
Passados estes anos, valeu a pena? Claro que valeu a pena. Separámo-nos, uns vieram para Portugal, como eu, outros continuaram na sua terra, prosperaram. Alguns já morreram, uns cá outros lá. De doença, acidente ou mesmo vítimas da outra guerra – saudades, Valdemar Chindondo – pelos quais verto lágrimas que se não vêem. Mas hoje meus irmãos de Angola, já podemos cantar sem medo eles comem tudo, eles comem tudo, eles comem tudo e não deixam nada ...

SEXTA-FEIRA, DIA 13

O número 13 de má fama e objeto de tantos receios e superstições deve em parte a sua reputação por ser um número que desfaz o equilíbrio do ...