17 fevereiro, 2009

Giordano Bruno


Giordano Bruno, nascido em Roma em 1548, foi queimado neste dia 17 de Fevereiro na fogueira da Inquisição romana, decorria o ano de 1600, acusado de heresia. Bruno foi um pensador que, ao contestar a Santíssima Trindade, foi rotulado de herege pela Igreja, tendo, por este motivo, abandonado o hábito dominicano — em cuja Ordem se tinha doutorado em teologia.
Defensor do humanismo a sua obra viria mais tarde a influenciar o pensamento filosófico de Espinoza.
Mais uma vítima da intolerância de alguns que, ontem como hoje, se julgam donos das ideias e guardiães da sociedade. Neste século em que a intolerância, em vez de banida, assume novas e tão variadas formas, talvez faça bem recordar a história.

18 novembro, 2008

A Universidade Portuguesa entre 17 países desenvolvidos.

Somos cidadãos de um País que se lamenta por tudo e por nada, em qualquer sítio e em qualquer altura. Além disso existe na epiderme desta sociedade um manifesto sentimento de inferioridade que salta cá para fora ao mais pequeno ensejo. Somos sempre os piores em comparação com o que é estrangeiro. Em quase tudo — a excepção é o futebol, com os seus picos de bestiais e bestas — o nosso sentimento, ou pelo menos, a expressão do mesmo, é de que tudo aquilo que por aqui se faz é inferior ao que é feito noutros países. Para a maioria dos portugueses basta atravessar a fronteira e estamos num outro mundo, logo mais desenvolvido e civilizado.
É o nosso “fado” dizem alguns. Melhor seria que a canção nacional passasse a ser o fandango...
Como é de esperar, também a nossa Universidade — se perguntado a qualquer nativo — parece ser a pior que existe, no mundo e arredores. Parece. E no entanto percebe-se que não é.

Burros, mas não tanto!...

Luís de Freitas Branco, "Fandango" da Suite Alentejana nº 1

07 novembro, 2008

"All Things Are Possible"


Propositadamente deixei passar alguns dias para comentar a eleição de Barack Obama como próximo presidente dos EUA. Para acalmar e entender. Na minha – ainda (?) – curta existência vivi alguns factos que marcaram os últimos decénios da nossa civilização. Lembro-me dos assassínios de John F. Kennedy e de Martin Luther King, da Guerra do Vietname, do Maio de 68 e da Primavera de Praga, dos primeiros passos do Homem na Lua, da Guerra dos Seis Dias, do 25 de Abril, da “perestroika” na URSS e do desmoronar do muro de Berlim, do fim do “apartheid” e da libertação de Nelson Mandela, da guerra ao Iraque e do 11 de Setembro. Entre outros, estes foram acontecimentos que me tocaram – uns mais, outros menos – de diferentes maneiras. Vivi uns com temor e assombro, outros deslumbraram-me. Alguns fizeram-me meditar sobre a condição humana, e outros ainda vivi-os com alegria e entusiasmo.
A vitória de Barack Obama irá ficar na minha memória como um dos acontecimentos que vivi com mais esperança. É sem dúvida um dos momentos mais fracturantes na evolução da sociedade dos humanos, pelas expectativas de mais tolerância entre todos e pela ruptura imposta a ideologias e formas de pensamento que ainda vão fazendo alguma escola. É um ponto de viragem de tal ordem que muitos o julgavam impossível. Mas aconteceu. “All things are possible” tanto na América como, a partir de agora, no resto do Mundo.

Será esta uma re(Criação) do Mundo?

Joseph Haydn - A Criação

16 outubro, 2008

Foi-se a alegria.

Noutros fóruns tenho dito várias vezes que não acredito neste seleccionador nacional. Ao cinzentismo de Queiroz, ao seu futebol de certezas matemáticas ( mas o futebol não é, antes de mais, um jogo? ), prefiro mil vezes o tropicalismo mestiço de “Filipão” Scolari, os seus erros tácticos, as suas zurzidelas em jornalistas ignaros, e todos os seus “afilhados”. Mas, pelo menos, divertia-me a ver futebol.



E também será bom não esquecer que Scolari ajudou este País a redescobrir-se, a "achar-se" através do futebol e a libertar-se do fado-tristeza que ancestralmente o assola. Para a história futura ficarão aqueles momentos em que este povo sentiu um grande orgulho em ser português.



Futebol sem imaginação, sem arte, sem alegria, não é futebol ...é trabalho, monótono e aborrecido.

Afinal, ele não sabe...

Carlos Queiroz, após o Portugal-Albânia (0-0):

“...devo dizer, em abono da verdade, que não sei o que fazer mais para ganharmos um jogo”.
Não sabe?... Então o que está lá a fazer?


Chopin - Tristesse - Chanson de L'Adieu






Queiroz, provavelmente, a perguntar ao técnico principal como ganhar um jogo. Para mal da nossa selecção é isso mesmo que nos faz falta: um Técnico Principal, pois adjunto qualificado já lá temos...


21 agosto, 2008

Primavera de Praga.

Hoje o Verão está envergonhado. O céu pinta-se de manchas cinza e negro, caíram uns chuviscos brincalhões e o sol vai acenando numa dança de esconde-esconde com as nuvens. Mas está algum calor, um pouco abafado. O Verão está mesmo envergonhado... talvez sinta saudades da Primavera.
Quarenta anos atrás, 1968, vinte e um dias do mês de Agosto. Os tanques soviéticos irrompem por Praga, um jovem de quinze anos enfrenta-os, a metralha deixa no chão um corpo moribundo numa poça de sangue. O sonho de um socialismo de rosto humano, gerado no seio da própria alma comunista, estava desfeito. O despotismo e autoritarismo da URSS estavam de novo repostos. O sonho checo de uma Primavera no Verão nunca se realizaria. O comunismo soviético ensaiou nesse dia os primeiros passos de um caminho que o levaria ao seu fim.
Mas estas Primaveras extemporâneas são quase sempre sonhos e deixam-nos, impressos, sabores amargos e muita nostalgia. Lembro-me tão bem !
Praga foi ocupada, mas eu, nesse dia, iniciei a minha libertação e outras Primaveras vivi.

Smetana, homenagem ao rio Vltava (Moldava) que Praga abraça. E a nostalgia sempre presente.

29 julho, 2008

O Verão

Este Estio, embora estranho e imprevisto - o Tempo já não é o que era, dizem os mais velhos - vai decorrendo calmo. Calor suportável e poucos fogos, até ver.
Menos lucros na Banca, a Bolsa em queda e os endinheirados deste País, aflitos, coitados.
Política caseira sem sal, mas lá fora Obama entusiasma.
A morte, seja em atentados, no Iraque ou na Turquia, ou com outra forma em qualquer parte do Mundo, não nos afecta. Tomamo-la como aperitivo às refeições.
Vamo-nos portuguêsmente lamentando de tudo e todos - também se assim não fosse não havia Fado - fingindo que está tudo bem. É do tempo. Deste e do outro que está para vir...

O melhor é ouvirmos Vivaldi. De "As Quatro Estações",Concerto nº2, em Sol menor, "O Verão"


SEXTA-FEIRA, DIA 13

O número 13 de má fama e objeto de tantos receios e superstições deve em parte a sua reputação por ser um número que desfaz o equilíbrio do ...